O arquétipo do etapismo e a revolução brasileira
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Palavras-chave

etapismo
Komintern
José Chasin

Como Citar

BORGES, F. G.; REZENDE, C. C. de. O arquétipo do etapismo e a revolução brasileira. Revista Aurora, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 26–37, 2008. DOI: 10.36311/1982-8004.2008.v1n2.1175. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/1175. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

A teoria pecebista da revolução em etapas, sincronizada pelo Komintern (que propugnava que a revolução “nos países com baixo desenvolvimento”, deveria ocorrer através de uma completude do capitalismo nacional por meio de uma revolução burguesa como conditio sine qua non para a revolução socialista), guiou o movimento comunista brasileiro dos anos 1920 à aniquilação da esquerda pela ditadura militar nos anos 1960. Os comunistas brasileiros se limitavam em identificar o agente a cumprir a tarefa histórica da primeira etapa da revolução. Por esse motivo, todas as tentativas de uma revolução burguesa no Brasil foram derrotadas, pois não se percebia o caráter bonapartista da burguesia nacional, tampouco a entificação do capital brasileiro pela via colonial, isto é, a ausência de processo revolucionário na transformação social, que acarreta na subordinação eterna do Brasil à corrente imperialista. Superando a debilidade pecebista, José Chasin demonstrou que na via colonial, o agente da transformação só poderia ser os trabalhadores. Nesse processo de dupla transição, premidos por carências básicas e organizados em torno de um programa que atinja e transforme as raízes geradoras do embrião atrófico do capital brasileiro, os trabalhadores ao mesmo tempo em que re-arranjam o desenvolvimento nacional centrado no progresso social ainda sob o modo de produção capitalista, acumula forças objetivas e subjetivas para a superação deste.
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2008.v1n2.1175
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